terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SE FOSSE VIVO O REI DO BAIÃO,LUIZ GONZAGA,TERIA HOJE 99 ANOS DE VIDA

Luiz Gonzaga do Nascimento [1] (Exu, 13 de dezembro de 1912Recife, 2 de agosto de 1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o Rei do Baião.
Foi uma das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas desconhecia o baião, o xote e o xaxado. Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil e Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias, ganhou notoriedade com as antológicas canções Baião (1946), Asa Branca (1947), Siridó (1948), Juazeiro (1948), Qui Nem Giló (1949) e Baião de Dois (1950)

Biografia

Nasceu na fazenda Caiçara, no sopé da Serra de Araripe, na zona rural de Exu, sertão de Pernambuco. O lugar seria revivido anos mais tarde em "Pé de Serra", uma de suas primeiras composições. Seu pai, Januário, trabalhava na roça, num latifúndio, e nas horas vagas tocava acordeão (também consertava o instrumento). Foi com ele que Luiz Gonzaga aprendeu a tocá-lo. Não era nem adolescente ainda, quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Autêntico representante da cultura nordestina, manteve-se fiel às suas origens mesmo seguindo carreira musical no sul do Brasil. O gênero musical que o consagrou foi o baião. A canção emblemática de sua carreira foi Asa Branca, que compôs em 1947, em parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira.
Antes dos dezoito anos, ele se apaixonou por Nazarena, uma moça da região e, repelido pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, ameaçou-o de morte. Januário e Santana lhe deram uma surra por isso. Revoltado, Luiz Gonzaga fugiu de casa e ingressou no exército em Crato, Ceará. A partir dali, durante nove anos ele viajou por vários estados brasileiros, como soldado. Em Juiz de Fora-MG, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista
Em 1939, deu baixa do Exército no Rio de Janeiro, decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar na zona do meretrício. No início da carreira, apenas solava acordeão (instrumentista), tendo choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, ele foi aplaudido executando Vira e Mexe , um tema de sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois a sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Foi lá que tomou contato com o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Foi do contato com este artista que surgiu a ideia de Luiz Gonzaga apresentar-se vestido de vaqueiro - figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia Guedes deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga tinha um caso com a moça - iniciado provavelmente quando ela já estava grávida - e assumiu a paternidade do rebento, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Gonzaguinha foi criado pelos seus padrinhos, com a assistência financeira do artista.
Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu (Pernambuco), e o reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, parceria com Humberto Teixeira.
Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que tinha se tornado sua secretária particular. O casal viveu junto até perto do fim da vida de "Lua". E com ela teve outro filho que Lua a Chamava de Rosinha.
Gonzaga sofria de osteoporose. Morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Seu corpo foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha "persona non grata" em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.

Sucessos

Estátua de bronze que, junto com Jackson do Pandeiro, fica de frente ao Açude Velho. Campina Grande(PB - Brasil).
  • A dança da moda, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
  • A feira de Caruaru, Onildo Almeida (1957)
  • A letra I, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
  • A morte do vaqueiro, Luiz Gonzaga e Nelson Barbalho (1963)
  • A triste partida, Patativa do Assaré (1964)
  • A vida do viajante, Hervé Cordovil e Luiz Gonzaga (1953)
  • Acauã, Zé Dantas (1952)
  • Adeus, Iracema, Zé Dantas (1962)
  • Á-bê-cê do sertão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
  • Adeus, Pernambuco, Hervé Cordovil e Manezinho Araújo (1952)
  • Algodão, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
  • Amanhã eu vou, Beduíno e Luiz Gonzaga (1951)
  • Amor da minha vida, Benil Santos e Raul Sampaio (1960)
  • Asa-branca, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
  • Assum-preto, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
  • Ave-maria sertaneja, Júlio Ricardo e O. de Oliveira (1964)
  • Baião, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1946)
  • Baião da Penha, David Nasser e Guio de Morais (1951)
  • Beata Mocinha, Manezinho Araújo e Zé Renato (1952)
  • Boi bumbá, Gonzaguinha e Luiz Gonzaga (1965)
  • Boiadeiro, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1950)
  • Cacimba Nova, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
  • Calango da lacraia, Jeová Portela e Luiz Gonzaga (1946)
  • O Cheiro de Carolina, - Sua Sanfona e Sua Simpatia - Amorim Roxo e Zé Gonzaga (1998)
  • Chofer de praça, Evaldo Ruy e Fernando Lobo (1950)
  • Cigarro de paia, Armando Cavalcanti e Klécius Caldas (1951)
  • Cintura fina, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
  • Cortando pano, Jeová Portela, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
  • De Fiá Pavi (João Silva/Oseinha) (1987)
  • Dezessete légua e meia, Carlos Barroso e Humberto Teixeira (1950)
  • Feira de gado, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
  • Firim, firim, firim, Alcebíades Nogueira e Luiz Gonzaga (1948)
  • Fogo sem fuzil, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
  • Fole gemedor, Luiz Gonzaga (1964)
  • Forró de Mané Vito, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
  • Forró de Zé Antão, Zé Dantas (1962)
  • Forró de Zé do Baile, Severino Ramos (1964)
  • Forró de Zé Tatu, Jorge de Castro e Zé Ramos (1955)
  • Forró no escuro, Luiz Gonzaga (1957)
  • Fuga da África, Luiz Gonzaga (1944)
  • Hora do adeus, Luiz Queiroga e Onildo Almeida (1967)
  • Imbalança, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
  • Jardim da saudade, Alcides Gonçalves e Lupicínio Rodrigues (1952)
  • Juca, Lupicínio Rodrigues (1952)
  • Lascando o cano, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
  • Légua tirana, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
  • Lembrança de primavera, Gonzaguinha (1964)
  • Liforme instravagante, Raimundo Granjeiro (1963)
  • Lorota boa, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1949)
  • Moda da mula preta, Raul Torres (1948)
  • Moreninha tentação, Sylvio Moacyr de Araújo e Luiz Gonzaga (1953)
  • No Ceará não tem disso, não, Guio de Morais (1950)
  • No meu pé de serra, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1947)
  • Noites brasileiras, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1954)
  • Numa sala de reboco, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1964)
  • O maior tocador, Luiz Guimarães (1965)
  • O xote das meninas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1953)
  • Ô véio macho, Rosil Cavalcanti (1962)
  • Obrigado, João Paulo, Luiz Gonzaga e Padre Gothardo (1981)
  • O fole roncou, Luiz Gonzaga e Nelson Valença (1973)
  • Óia eu aqui de novo, Antônio Barros (1967)
  • Olha pro céu, Luiz Gonzaga e Peterpan (1951)
  • Ou casa, ou morre, Elias Soares (1967)
  • Ovo azul, Miguel Lima e Paraguaçu (1946)
  • Padroeira do Brasil, Luiz Gonzaga e Raimundo Granjeiro (1955)
  • Pão-duro, Assis Valente e Luiz Gonzaga (1946)
  • Pássaro carão, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1962)
  • Pau-de-arara, Guio de Morais e Luiz Gonzaga (1952)
  • Paulo Afonso, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
  • Pé de serra, Luiz Gonzaga (1942)
  • Penerô xerém, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1945)
  • Perpétua, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1946)
  • Piauí, Sylvio Moacyr de Araújo (1952)
  • Piriri, Albuquerque e João Silva (1965)
  • Quase maluco, Luiz Gonzaga e Victor Simon (1950)
  • Quer ir mais eu?, Luiz Gonzaga e Miguel Lima (1947)
  • Quero chá, José Marcolino e Luiz Gonzaga (1965)
  • Padre sertanejo, Helena Gonzaga e Pantaleão (1964)
  • Respeita Januário, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
  • Retrato de Um Forró,Luiz Ramalho e Luiz Gonzaga (1974)
  • Riacho do Navio, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1955)
  • Sabiá, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1951)
  • Sanfona do povo, Luiz Gonzaga e Luiz Guimarães (1964)
  • Sanfoneiro Zé Tatu, Onildo Almeida (1962)
  • São-joão na roça, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1952)
  • Siri jogando bola, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1956)
  • Tropeiros da Borborema, Raimundo Asfora / Rosil Cavalcante
  • Vem, morena, Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1950)
  • Vira-e-mexe, Luiz Gonzaga (1941)
  • Xanduzinha, Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga (1950)
  • Xote dos cabeludos, José Clementino e Luiz Gonzaga (1967)

Discografia

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